Geografia Ambiental e Ecologia Política!
A Geografia Ambiental e a Ecologia Política constituem campos extremamente próximos. A Ecologia Política vem se afirmando, desde a década de 1970, como um campo interdisciplinar (e, idealmente, também uma práxis emancipatória) cuja ambição é, justamente, "desnaturalizar" e politizar criticamente a problemática ambiental; de sua parte, a Geografia Ambiental busca a promoção de um diálogo de saberes no interior mesmo da Geografia, construindo o objeto de conhecimento de modo a desafiar o fosso epistemológico, teórico e metodológico entre o estudo da natureza e o da sociedade. A Geografia Ambiental procura, assim, fomentar uma transversalidade epistêmica intradisciplinar, ao passo que a Ecologia Política se acha em um plano interdisciplinar - mas a índole epistemológica e os desafios de ambas são semelhantes.
Nós cultivamos, no GAEP, uma Geografia Ambiental crítica, que é a nossa porta de entrada para a Ecologia Política. Quanto a esta última, nossos estudos e pesquisas giram em torno, acima de tudo, da Ecologia Política Urbana. Nossos esforços têm se voltado para problemas ecossociais, tais como riscos, contaminação, desastres, vulnerabilidade, sofrimento e conflitos ambientais, movimentos sociais e projetos sócio-espaciais alternativos. Nesses marcos, temos procedido a análises críticas da legislação ambiental e seus efeitos, exames da dinâmica de ativismos e conflitos ambientais, escrutínio de exemplos concretos de colaboração entre técnicos/pesquisadores e movimentos sociais, discussão crítica de políticas públicas e seus instrumentos, e assim sucessivamente.